Como é a vida de mecânico em uma equipe de MotoGP?




Trabalhar no paddock do Mundial de Motociclismo é uma idéia tentadora para os fãs da competição, mas qual será a sensação de viajar em redor do mundo e ser pago por aquilo que se gosta fazer? À começar parece ser um emprego dos sonhos, mas pode muito bem não ser assim, segundo aponta Christophe Leonce, mecânico-chefe de Pol Espargaró.

Pela televisão, parece um trabalho super emocionante mas às vezes estamos num ciclo hotel-circuito-moto. É um trabalho rotineiro e muito se assemelha a um trabalho normal. Só pode estar neste mundo por um longo período de tempo se tiver a paixão necessária para o aproveitar. É difícil e precisas de muita paciência para estar muitos anos na competição, afirma Leonce.

Créditos: © Sebas Romero / KTM Media Library

Uma das questões que se prende com este mundo do motociclismo é a forma como cada moto chega a cada circuito do calendário:

A moto é transportada tal e qual como ela é. Nós não a desmontamos, mas temos que ter muito cuidado porque o motor usa válvulas pneumáticas e temos que a transportar de uma forma diferente. Apenas deixamos um pouco de ar no motor para manter a pressão baixa e para que as válvulas fiquem em posição. Se não se aplicar essa pressão, as válvulas vão acabar por se mover dentro do motor. Basicamente, é a única medida que tomamos. A moto é transportada sem qualquer gota de gasolina. O mesmo não se aplica à água. De qualquer das formas, é tudo feito em equipe.

Créditos: © Sebas Romero / KTM Media Library

O plano para cada fim de semana é semelhante. O local onde ocorre não é razão suficiente para se alterar planos, havendo uma metodologia padrão ao longo de todo o campeonato:

Chegamos ao circuito na quarta-feira de manhã por volta das 8/9h e começamos a montar o box até à hora do almoço. À tarde cuidamos das motos. Uma delas [cada piloto tem duas máquinas] é completamente desmontada, limpa, verificada e poderá levar algum material novo. Temos uma lista de especificações para montar a moto. Antes de iniciar a moto, o nosso engenheiro eletrônico verifica todos os sensores. Depois de iniciar-mos verificamos tudo de novo. Estamos sempre a verificar.

Créditos: © Sebas Romero / KTM Media Library

Durante os três dias do GP, segue-se o mesmo processo por várias vezes. Depois do piloto ir para a pista, o trabalho para o resto do dia depende do que acontecer no traçado.

Na sexta-feira, sábado e domingo seguimos o mesmo processo: chegamos ao circuito, verificamos as motos – verificamos várias coisas como sensores, peças eletrônicas, freios, embreagem diariamente. Trinta minutos antes do treino ligamos as motos com a gasolina para a corrida, mas ainda com os pneus de transporte – pneus utilizados para mover a moto de um lado para o outro. Os pneus de corrida estão na parte traseira do box. A última coisa a ver é o ECU. Mudamos os pneus e a moto fica prontaafirmou o responsável.

Créditos: © Sebas Romero / KTM Media Library

As sessões mais stressantes são as sessões de treino e a qualificação, porque um erro pode condicionar a seguinte saída para a pista:

Não querer cometer erros e é preciso ser inteligente; é preciso estar alerta para o que pode acontecer. Tens que estar preparado para as coisas antes que algo aconteça. Quando se manda os pilotos para a pista, é preciso ter terminado com os problemas, mas nunca consegues reduzir o risco para zero. Nunca se pode ter tudo sob controlo.


FONTE: MS

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