Suzuki V-Strom 1050 Versão XT




Uma Adventure Touring que carrega consigo toda a mística das DR Big do passado

Poder acelerar a nova Suzuki V-Strom 1050 de 2020 é um pouco como viajar no tempo,  inspirados pelas cores “Marlboro” que no final dos anos 80 decoravam as icônicas DR Big 750 e as DRZ que competiam no Rally Paris-Dakar. Aliás, a nova V-Strom 1050 de 2020 foi desenhada precisamente pelo mesmo autor das suas icônicas antecessoras, o japonês Ichiro Miyata.

Suzuki DR Big de 1988

Na sua 3ª geração, a nova V-Strom 1050 vai assim buscar inspiração ao passado, tal como a Suzuki já fez anteriormente com a sua Katana,  e projetar para os dias de hoje as linhas que fizeram furor há mais de 30 anos atrás, quando Miyata marcou com o famoso “bico de pato” das suas DR’s todo o segmento das motos Adventure, elemento estético que, ainda nos dias de hoje, é adotado por muitos construtores nos seus modelos Adventure.

Suzuki DR Z – Versão Rally Paris-Dakar

A designação agora adotada de 1050 para a versão de 2020 da V-Strom não significa que a nível da sua motorização tenha havido um incremento de cilindrada, pois o motor é exatamente o mesmo, um V-Twin de 1.037cc com 106 hp a 8.500 rpm, e inclui agora melhoramentos de alguns dos seus componentes, como a inclusão de pistons de maior compressão, novos comandos, e novos corpos de injeção ( 49mm em vez de 45mm ) além de diferentes timings na ignição e novos mapas de IMU para que o mesmo esteja de acordo com as novas exigências em termos de emissões definidas nas normas Euro 5.

A Suzuki continua a dispor de duas versões da sua V-Strom 1050, a versão base com rodas de liga e a versão topo a XT com rodas de raios que além das rodas vem substancialmente mais equipada e inclui : Cruise Control, ABS em curva com dois níveis de intervenção,  Função de controle da moto para arranque em subidas, assento regulável em duas alturas,  farol dianteiro regulável manualmente em 11 posições, descanso central, proteções de motor, proteções de mãos, piscas LED e uma tomada de 12 Volts debaixo do assento. A diferença de preço entre as duas versões de apenas 1.300 euros (na Europa) não justifica a compra da unidade menos equipada.

A nova V-Strom 1050 XT apesar de ter o mesmo motor  e praticamente a mesmas ciclística que a sua versão anterior, quadro, sub-quadro e braço oscilante e suspensões são idênticas, a sensação que nos transmite a sua condução é substancialmente diferente daquela que sentíamos na sua versão anterior. O novo acelerador Ride-by-wire, independentemente do modo de motor que tenhamos selecionado, proporciona um enorme controle e sensibilidade na aceleração, permitindo controle e progressividade resultando em conforto acrescido.

O motor responde de forma mais vigorosa a partir das 4.000 rpm atingindo o torque máximo às 6.000 rpm. A resposta do motor é mais suave do que na versão anterior devido ao torque máximo se situar agora às 6.000 rpm e não às 4.000, no entanto a subida de giro é bastante rápida a partir das 4.000 rpm e o motor parece atingir regimes mais altos mais rapidamente do que a versão anterior. As alterações realizadas ao nível do timing de ignição e dos novos mapas eletrônicos conferiram um temperamento diferente ao V-Twin.

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A nível da eletrônica houve de fato uma evolução notória e a V-Strom 1050 inclui agora 3 mapas de motor,  ABS em curva ajustável em dois níveis, ABS desligável na roda traseira para condução OffRoad, Controle de tração com 3 níveis de intervenção e a possibilidade de ser desligado, com todos os ajustes podendo ser realizados a partir de 3 botões no punho esquerdo de forma simples e bastante intuitiva.

A V-Strom 1050 inclui agora um novo IMU de 6 eixos da Bosch combinado com um sensor de 3 eixos de inclinação e um sensor de 3 eixos no controle do acelerador, que controlam ao milésimo de segundo todas as funções de intervenção eletrônica durante a condução e em função dos modos previamente selecionados.

Os três diferente modos de condução são uma novidade definitiva, que a versão anterior não incluía, e que agora nos permite ajustar a resposta do motor em função do estilo de condução ou condições da estrada. Em qualquer dos modelos, A, B ou C,  mantém-se a potência máxima do motor e apenas a resposta do acelerador é mais ou menos progressiva. O modo A achámos demasiado lento mas recomenda-se para situações de piso escorregadio ou chuva. O modo C tornava a condução menos confortável, e talvez apenas recomendado para pilotagem mais agressiva em percursos sinuosos onde queiramos ter uma tocada mais esportiva, razão pela qual optámos por conduzir quase sempre em modo B, o modo intermédio e aquele que nos pareceu mais equilibrado tendo em conta as características da moto.

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As funções de “Hill Control” de ajuda nas subidas , de “Easy Start” bastando pressionar uma vez o botão para que a moto faça o gerenciamento da colocação do motor em andamento e a função de Controle de Carga, atuando no sistema de freios e melhorando o conforto e a sensação de controle da moto. A função de Cruise Control incluída na XT é muito bem vinda,  dadas as características de Adventure Touring da V-Strom 1050, e sua gestão é facilmente realizada a partir de um botão no punho direito sendo controlada depois em dois botões no punho esquerdo. A opção de punhos aquecido não está incluída de origem embora esteja disponível em catálogo de acessórios da Suzuki.

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A nível da sua ciclística mantém-se inalterada com o tradicional quadro de berço duplo em alumínio, assim como o sub-quadro e o braço oscilante no mesmo material. A sensação de precisão em curva e de firmeza nas trajectórias revela uma boa distribuição de pesos e uma excelente rigidez estrutural que transmite segurança em qualquer situação.

As suspensões KYB renovam as suas características anteriores e mantêm a sensação conforto habitual da V-Strom e a firmeza suficiente para garantir uma pilotagem mais esportiva. Não foram introduzidas grandes alterações e tão somente uma mola mais rijaida no amortecedor traseiro, certamente para compensar o ligeiro aumento de peso da 1050 XT. As suspensões dianteiras de 43 mm são totalmente ajustáveis e o amortecedor traseiro apenas ajustável em pré-carga de mola, realidade que se efetua com facilidade a partir de um ponto situado no lado esquerdo da moto.

A frenagem é um ponto também de referência positiva da 1050 XT, que inclui dois discos de 310 mm na dianteira com pinças flutuantes da Tokico com 4 pistons. A mordida inicial é bastante efetiva, embora se perca um pouco de efetividade logo a seguir, exigindo maior pressão sobre a manete. Atras conta com disco único de 260 mm e pinça de dois pistons. Inclui um sistema de frenagem combinada que em situações específicas ao acionarmos o freio dianteiro o IMU faz atuar o freio traseiro para melhorar o equilíbrio da moto e a segurança da frenagem.

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A posição de condução é confortável, sendo o assento, divido em duas partes  mais largo e mais baixo do que na versão anterior. A versão XT permite ajustar a altura do assento em duas posições distintas, sendo a primeira de 850mm ( aquela pela qual optámos ) e a segunda de 870mm. A posição mais baixa garante maior segurança quando paramos e queremos colocar o pé no chão até porque as pedaleiras ao estarem colocadas na extensão natural das pernas acabam por dificultar ligeiramente a colocação dos pés no chão, e somos obrigados a procurar uma posição de passagem das pernas ou mais à frente ou mais atrás para chegarmos ao chão.

O guidão não é tão largo como na maioria das Maxi Trail o que confere uma posição mais natural e confortável dos braços .  Ao conduzir em pé sentimos que a nossa posição carregava demasiado a frente devido á pouca altura do guidão, no entanto a V-Strom 1050 privilegia a condução em estrada mais do que o OffRoad pelo que haverá que adaptar a moto para aquilo que pretendemos fazer com a mesma. A proteção aerodinâmica é excelente e o écran ajustável em altura a partir de um manípulo em alumínio situado na base do mesmo, operação que se tem que realizar obrigatoriamente parado mas que não necessita de ferramenta ao contrário da versão base.

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A V-Strom 1050 XT vem com pneus Bridgestone Battlax Adventure A41, pneus que foram desenvolvidos pela Bridgestone especificamente para esta moto. Pneus de nova geração, especialmente concebidos para as Maxi Trails e para uma utilização mista sendo que em estrada têm um comportamento excelente, mesmo sob chuva onde tivemos a oportunidade de provar mantendo também uma boa aderência em estradões de terra . A roda dianteira é de 19” ao contrário de algumas motos Adventure que optam pelas 21” o que de alguma forma define o posicionamento mais estradista da V-Strom 1050.

A capacidade do tanque de combustível é de 20 litros o que garante mais de 400 Kms de autonomia. O seu 247 Kg de peso não a classificam como uma Adventure Tourer de linha média como as actuais Tiger 900 ou KTM 790 pelo que a situa mais próxima da Africa Twin Adventure Sports e Versys 1000.

O preço da versão XT é de 14.999 euros (na Europa) eur c/ ISV incluído, tendo em conta o nível de equipamento que a mesma inclui para 2020 coloca-a como uma proposta muito interessante para quem queira uma moto do estilo Adventure  para viajar e fazer uma ou outra incursão fora de estrada, a solo ou acompanhado.  O preço da versão standard são 13.699 euros (na Europa) ou seja, não justifica na nossa opinião tendo em conta todo o equipamento extra incluído na versão XT.

A Suzuki V-Strom 1050 XT está disponível em preto e em duas cores emblemátivas, na versão laranja e branca, e na versão Amarela, também ela uma decoração fantástica e emblemática do Dakar.

Gostamos

Da qualidade dos acabamentos, da suavidade do motor, da resposta e subida de regimes do mesmo, do conforto e da proteção aerodinâmica, do equipamento incluído na versão XT,  da simplicidade de selecção das várias opções eletrônicas, da firmeza da sua ciclística. Gostámos da estética retro e das decorações utilizadas, numa combinação perfeita de tradição e modernidade.

A Melhorar

O painel LCD poderia ser de maior dimensão e de maior legibilidade, na versão topo de linha que é a XT justificava-se talvez um painel TFT, não ter punhos aquecido de origem parece-nos também injustificado embora os mesmos estejam disponíveis como opção por 330 euros e finalmente não existir a opção de QuickShift, realidade técnica que a concorrência ou inclui de origem nos seus modelos de topo ou como eventual opção.*

Ficha Técnica Completa AQUI

Concorrência

Ducati MultiStrada 950 S – 937 cc / 113 CV /  230 Kg / 16.195 eur
Honda Africa Twin 1100L Adventure Sports  – 1084 cc/ 100 CV / 240 Kg / 17.900 eur
Kawasaki Versys 1000 – 1043 cc / 118 CV/ 257 Kg / 14.295 eur / 18.195 eur

Galeria de Imagens Suzuki V-Strom 1050 Versão XT de 2020


FONTE: MOTOSPORT