Para quem entrou no esporte na década de 1970, a notícia de que Suzuki deixou o MXGP, mesmo que seja apenas por um ano, são notícias tristes. Muitos não se lembra da história da marca ou simplesmente não sabem que o seu primeiro campeão mundial foi Joel Robert, em 1970, e ganhou outros títulos com Roger DeCoster, e em seguida, veio Gaston Rahier, Harry Everts e até mesmo Stefan Everts colocou a amarelinha no topo da pódio.
No entanto, depois de dez anos sem títulos mundiais na MXGP ou MX2, parece que sua motivação e dedicação ao esporte desapareceram, mesmo sendo a primeira marca japonesa a vencer um Campeonato Mundial de Motocross.
Foi há quase 50 anos, depois de uma era de dominação por marcas como CZ e Husqvarna, os japoneses decidiram levar o esporte a sério e dominar, ganhando seu primeiro título em 1970 com Joel Robert. A Suzuki tinha contratado o belga da CZ, que ganhou o título mundial de 250 em 1968 e 1969 para CZ. Robert levou os títulos em 70, 71 e 72 com a Suzuki, enquanto Roger DeCoster foi contratado para correr na classe 500cc. Venceu com as cores amarela em 1971, 72, 73, 75 e 76.
A Suzuki também dominou a classe 125cc, vencendo os primeiros 10 títulos na menor categoria, com Gaston Rahier (75,76,77), Akira Watanabe (78), Harry Everts (79, 80 e 81), Eric Geboers ( 82 e 83) e, finalmente, Michele Rinaldi (84) ajudou a garantir que a Suzuki ficasse conhecida (como KTM é agora) como a equipe a ser superada nas pistas.
Porém a Suzuki foi perdendo o seu domínio quando Roberts e DeCoster iam envelhecendo, e a equipe HRC foi assumindo o controle, mas mesmo assim ainda tiveram algum sucesso. Brad Lackey ganhou o título de 500cc em 1982, Georges Jobe ganhou o título de 250, em 1983, Alex Puzar o título de 250cc em 1990, Donny Schmit, Stefan Everts e Pedro Tragter títulos de 125cc em 1990, 1991 e 1993.
Greg Albertyn ganhou um título de 250cc em 1994 e Mickael Pichon dois em 2000 e 2001, o sucesso da Suzuki foi mais ou menos acabando. Steve Ramon foi o último vencedor do título mundial para a Suzuki em 2007, na categoria 250. Quando a KTM começou a assumir o controle total dos títulos MXGP e MX2 com a Yamaha e Honda fazendo alguns títulos, foi se tornando mais difícil para Sylvain Geboers dispor de um orçamento e ter uma chance contra o poderoso exército laranja da KTM.
Quando Stefan Everts assumiu o lugar de Geboers, havia esperança de que talvez ele poderia encontrar o orçamento e apoio para fazer as coisas voltarem a ser importante para a Suzuki. Uma baforada de ar fresco não deu o título mundial para a equipe, conseguiram ganhar alguns GP com Jeremy Seewer, e Hunter Lawrence venceu por equipe no MXOn deste ano, vencendo a classe MX2. Infelizmente, parece que a Suzuki, como haviam feito um par de décadas atrás, decidiu que era hora de fazer uma pausa. Todos nós esperamos vê-la voltar, mas esperamos que se eles fizerem isso, faça com a mesma motivação e determinação da KTM, HRC, Yamaha, Kawasaki e Husqvarna, porque todas as conquistas do passado devem servir para um grande futuro.
