A 6m51s do primeiro lugar na classificação geral, piloto norte-americano segue firme na prova, com etapa maratona à vista; Equipe também destaca Ricky Brabec e Tosha Schareina, quarto e quinto colocados, respectivamente, na disputa das motos
Após três etapas realizadas, uma delas com 48 horas de desafios, a disputa das motos está pegando fogo no Rally Dakar 2025. O piloto norte-americano Skyler Howes, da equipe Monster Energy Honda HRC, é o vice-líder e agora está a apenas 6m51s do atual ponteiro, o australiano Daniel Sanders. O percurso cronometrado desta terça-feira (7/1) foi encurtado de 496 km para 327 km devido às fortes chuvas na região final da especial, que seguiu de Bisha rumo ao Norte, em direção a Al Henakiyah, na Arábia Saudita.
Foi mais um dia de destaque para os pilotos da equipe Monster Energy Honda HRC e suas motocicletas Honda CRF 450 RALLY. Howes e o compatriota Ricky Brabec, que defende o título das motos no Dakar, mantiveram a concentração em meio ao desafiador terreno pedregoso e à complicada navegação do terceiro estágio da prova para terminar entre os primeiros e, mais do que isso, reduzir a diferença para o atual líder da classificação.
Brabec deixou para trás a decepção com o tempo perdido no estágio 48 Hours Chrono encerrado na véspera para recuperar algum tempo. Ele brilhou no terreno técnico e travado com paisagens vulcânicas já de início e manteve um ritmo forte ao longo de todo o dia para terminar na segunda posição, a pouco mais de quatro minutos do vencedor da etapa, o espanhol Lorenzo Santolino. O bicampeão do Dakar ainda descontou impressionantes seis minutos do líder na classificação geral, ficando a apenas 9m15s da ponta do rally, em quarto lugar na tabela.
A terceira etapa começou ao amanhecer em Bisha e Howes foi o primeiro dos pilotos da Monster Energy Honda HRC a largar. Com isso, andou no grupo da frente, o que é sempre uma tarefa complicada, já que não há rastros dos demais competidores para ajudar na navegação. Ainda assim, o piloto de 32 anos se destacou na segunda parte da especial cronometrada e, com 2m48s em bônus de tempo, terminou em seguida a Brabec. Lembrando sua melhor performance no Dakar, em 2023, quando liderou por seis dias, Howes manteve o desempenho consistente e agora está a apenas 6m51s do líder, justamente quando a batalha começa a se intensificar.
No Dakar desde 2013, Pablo Quintanilla fez uso de sua vasta experiência e se manteve em destaque com uma pilotagem sólida, para fechar a etapa em sexto. Os trechos de deserto aberto e múltiplos caminhos trouxeram ao chileno a oportunidade de atacar e se aproximar dos líderes. Com nove etapas ainda pela frente, ele vai buscar reduzir o déficit de tempo de cerca de 20 minutos para a ponta acelerando pelo deserto saudita.
Com poucos quilômetros de prova, o pó e o terreno pedregoso pregaram uma peça em Tosha Schareina, que teve problemas na navegação. De volta ao caminho certo, o espanhol atacou para se manter com Howes e o líder da geral, Daniel Sanders, mas novamente enfrentou dificuldades, com outro pequeno erro de navegação. Terminou em 18º mas, mais importante, prossegue entre os cinco primeiros na classificação acumulada.
Adrien Van Beveren teve uma manhã complicada na parte inicial do percurso. Quando seguia Schareina, foi surpreendido em uma zona pedregosa que o jogou para fora da moto. Sem ferimentos, o francês retomou a prova, mas inicialmente na direção oposta, e só se deu conta quando viu um adversário vindo em sua direção. Com um restante de etapa mais tranquilo e uma pilotagem sólida, conseguiu terminar a apenas sete minutos do melhor tempo do dia. Foi uma brava recuperação para ele, que é um ‘Dakar Legend’, e ainda teve de lidar com problemas no freio dianteiro.
A parada da equipe Monster Energy Honda HRC em Al Henakiyah é curta, já que, nesta quarta-feira (8/1), os pilotos encaram a quarta etapa, também a primeira perna da Maratona, rumo a AlUla, que recebe o Dakar desde 2020. Os extensos cânions e paisagens de tirar o fôlego serão o cenário da especial de 415 km. Na chegada ao acampamento, os competidores terão apenas uma hora e meia para a manutenção das motos sem auxílio externo – em seguida os veículos são colocados em regime de Parque Fechado.
O Rally Dakar 2025 teve início no dia 3 de janeiro, em Bisha, com o prólogo, e prosseguirá até o próximo dia 17, consagrando os vencedores em Shubaytah, Arábia Saudita. Pelo caminho, os competidores encaram percurso total de aproximadamente 7.800 quilômetros, incluindo cerca de 5.200 cronometrados e um dia de descanso. Em sua 47ª edição, a mais tradicional prova da modalidade abre mais uma vez o calendário do Mundial de Rally Raid (W2RC).
Ruben Faria (Gerente geral da equipe Monster Energy Honda HRC) – “Foi mais uma boa etapa para a Monster Energy Honda HRC, já que Brabec veio de trás e fez um trabalho brilhante para terminar em segundo. Ele se afastou um pouco do rumo próximo do fim da especial e perdeu em torno de quatro minutos, mas ainda assim foi um ótimo estágio para ele.
Howes terminou em terceiro e também teve um bom dia. Andando na frente, Schareina saiu do caminho correto em meio à poeira e fechou em 18º, mas pode recuperar bastante tempo na quarta etapa.
Van Beveren sofreu uma queda forte, mas se recuperou bem para concluir o estágio sem mais problemas e Quintanilla foi consistente para completar em sétimo, o que significa que teremos boas posições de largada na primeira parte da Maratona, com dois pilotos saindo entre os primeiros e três mais atrás. Assim, poderemos adotar duas estratégias diferentes. Passada a Maratona, em Ha’il, então traçaremos a estratégia para a segunda semana”.
Pablo Quintanilla #7 – “A etapa foi bastante difícil, já que o terreno era bem acidentado e havia muitas pedras no começo. Os primeiros 120 km foram muito pedregosos e com trechos técnicos. Depois disso atravessamos uma zona de deserto mais aberto, para então encarar uma região arenosa, novamente com pedras. Foi complicado pilotar e eu gastei bastante energia tentando manter um bom ritmo. Não é meu tipo de terreno favorito e, por isso, acho que me saí bem. Fiz o meu melhor”.
Ricky Brabec #9 – “Estou feliz com minha pilotagem, a equipe e a moto. O estágio 48 Hour Chrono me fez perder um pouco de tempo, mas chegamos apenas à terceira etapa do rally. Ainda faltam muitos dias de prova e continuaremos nos esforçando até o fim. Estou me divertindo, gosto do rumo que as coisas estão tomando e a moto está funcionando muito bem. Agora temos pela frente a Maratona, que é mais um grande desafio, e não muito depois vem o dia de descanso”.
Skyler Howes #10 – “Os primeiros quilômetros foram insanos, muitas pedras, quase 100% pedras. É difícil navegar em um terreno assim e, por isso, é preciso manter a calma. Tive um problema e fiquei preso em meio a algumas pedras grandes e perdi algum tempo. Depois disso a navegação ficou ainda mais traiçoeira. Como choveu, os rastros dos demais pilotos desapareceram. Em seguida chegamos a uma região de caminhos arenosos com pedras. Consegui encontrar o rumo correto, acertar todos os waypoints e acredito que alguns pilotos se perderam um pouco ali. Foi uma etapa positiva para mim, estou realmente feliz com minha navegação. Não fiz um trabalho perfeito, mas foi um bom trabalho e estou bastante satisfeito com minha performance. Meu corpo está bem e fiquei animado por superar essa etapa. Agora começa a Maratona”.
Adrien Van Beveren #42 – “Schareina largou logo à minha frente e cometeu um erro no quarto quilômetro. Quando voltou ao caminho correto, o alcancei. Sabia que ele atacaria, já que é bastante rápido nas pedras, e procurei manter seu ritmo. Fiquei a uma distância razoável dele para evitar a poeira, mas sem deixá-lo sumir de vista. Acertei uma pedra, a moto foi para a esquerda, depois para a direita e voei sobre o guidão. Não me lembro muito do que aconteceu, mas não me senti tão mal. Fiquei um pouco atordoado, mas o airbag fez sua parte e pude continuar, só que na direção contrária. Segui os rastros no chão, mas em rumo invertido, e só me dei conta quando fiquei frente a frente com Ross Branch. Em seguida, a navegação ficou complicada e perdi meu freio dianteiro. Parei para tentar consertá-lo e de repente ele voltou a funcionar antes que eu fizesse alguma coisa. Daí em diante procurei andar mais tranquilo. Passei por todo o tipo de emoção e cheguei a imaginar que tudo estava perdido com a queda”.
Tosha Schareina #68 – “Havia muitas pedras nos primeiros 100 quilômetros e eu me perdi logo no início. Errei por causa da poeira e tentei aumentar o ritmo depois disso. Consegui alcançar Howes e Daniel Sanders, que vinham juntos, e, depois do reabastecimento, após andar com eles, ataquei para andar à frente, mas, 40 km antes do fim do estágio, errei novamente e fiquei perdido. Os pilotos que vinham atrás me alcançaram e passamos a andar em grupo”.
Resultados – Rally Dakar 2025 / Arábia Saudita
Classificação após a etapa 3 / Motos (extraoficial – cinco primeiros)
1 – Daniel Sanders (AUS) – #4 – 20h09m54s
2 – Skyler Howes (EUA) – #10 – 20h11m21s – Equipe Monster Energy Honda HRC
3 – Ross Branch (BWA) – #1 – 20h11m59s
4 – Ricky Brabec (EUA) -#9 – 20h14m15s – Equipe Monster Energy Honda HRC
5 – Tosha Schareina (ESP) – #68 – 20h18m11s – Equipe Monster Energy Honda HRC
7 – Pablo Quintanilla (CHI) – #7 – 20h25m36s – Equipe Monster Energy Honda HRC
8 – Adrien Van Beveren (FRA)- #42 – 20h26m18s – Equipe Monster Energy Honda HRC
Etapa 3 / Motos (extraoficial – cinco primeiros)
1 – Lorenzo Santolino (ESP) – #15 – 3h44m34
2 – Ricky Brabec (EUA) -#9 – 3h48m35s- Equipe Monster Energy Honda HRC
3 – Skyler Howes (EUA) – #10 – 3h48m44s – Equipe Monster Energy Honda HRC
4 – Ross Branch (BWA) – #1 – 3h48m48s
5 – Luciano Benavides (ARG) – #77 – 3h49m29s
7 – Pablo Quintanilla (CHI) – #7 – 3h49m53s – Equipe Monster Energy Honda HRC
11 – Adrien Van Beveren (FRA)- #42 – 3h51m37s – Equipe Monster Energy Honda HRC
18 – Tosha Schareina (ESP) – #68 – 3h54m52s- Equipe Monster Energy Honda HRC
FONTE: Mundo Press