MUNDIAL DE MOTOCROSS: Stefan Everts fala sobre Prado, Herlings e Roczen




Nos últimos anos, têm surgido pilotos com muito talento, mas alguns dos recordes de Stefan Everts continuam lá para serem batidos. O ex-piloto que ficará, para sempre, na história no esporte motorizado e, em particular, no motocross, falou sobre Jorge Prado, Jeffrey Herlings e Ken Roczen.

Quando questionado sobre se existe atualmente algum piloto no paddock MXGP com um estilo de pilotagem semelhante seu, o belga não hesita e aponta Prado como seu possível sucessor.

“Penso que o Jorge Prado é um piloto muito técnico. Também se pode ver isso na forma como ele trabalha com os membros, a posição dos pés nas pedaleiras. A posição é bastante semelhante à minha, porque sempre usei muito os tornozelos para tentar sentir a reação da moto com as minhas pernas, como funcionava e tentar dominá-la. Não só pilotar com a parte superior do corpo, mas também com a parte inferior do corpo e, principalmente, com as pernas. Vejo muito disto no Jorge Prado. Ele é muito bom nisso e tem uma pilotagem com um nível técnico muito elevado. É por isso que parece tão fácil quando ele conduz”, disse Everts.

Quanto a Jeffrey Herlings, Stefan Everts realça o seu estilo bastante distinto, que exige muito mais esforço.

“Ele anda de forma diferente, usa mais a potência e o seu corpo com mais esforço. Penso que, fisicamente, o Jeffrey também tem muito mais dificuldade em andar nesse ritmo. Ele tem um corpo muito forte e consegue recuperar muito rapidamente. Nunca vi ninguém tão forte em termos físicos como ele. Aos 15 anos de idade já era como um adulto. Ele treina muito, e eu nunca o conseguiria ter feito nesse nível e da forma como ele o faz. O meu corpo não teria conseguido recuperar rápido o suficiente para continuar durante toda uma temporada”, explicou Stefan Everts.

Quanto a Herlings, o belga acrescentou ainda que, há alguns anos, pensava que o holandês poderia ser aquele que iria bater o seu recorde de 10 títulos mundiais. No entanto, tem vindo a mudar a sua perspectiva, dados os títulos que já perdeu devido a lesões, essa possibilidade parece estar cada vez mais distante.

“Penso que poderia ter sido possível há alguns anos, antes de ter tido as lesões que teve. Perdeu alguns campeonatos que poderiam ter tornado isso possível, neste momento, não sei”, afirmou Everts, acrescentando ainda que, com atletas como Jorge Prado e Tim Gajser desejosos de conquistar mais títulos, pode ser ainda mais difícil.

“É importante lembrar que o Jorge Prado já está na classe MXGP e penso que será um grande piloto e um enorme adversário, assim como o Tim Gajser. Penso que depois do que fez no ano passado, e pelo que vi em Valkenswaard, quando venceu Herlings naquela primeira corrida, na pista dele… foi impressionante. Do meu ponto de vista, foi uma grande afirmação para o resto da temporada, porque foi numa pista de areia. Nas mais duras, o Tim é ainda melhor”, realçou Stefan Everts.

Fora do circuito mundial, Everts destaca ainda um outro piloto: Ken Roczen. A razão prende-se com tudo aquilo que o alemão fez para recuperar das suas lesões.

“O Ken é muito técnico, especialmente quando era criança. Ele tinha aquela coisa extra que podia dar numa moto. Ultimamente, com as suas lesões, não tenho visto essa magia que ele tinha. Ele passou por momentos muito difíceis ao regressar destas lesões, e é espantoso o que tem conseguido fazer. Consigo encontrar algumas semelhanças com a lesão que tive na minha perna quando estive um ano fora das competições. Também é mentalmente muito difícil recuperar a confiança no que se está a fazer. É preciso confirmar que somos capazes de fazer as coisas e isto nem sempre chega. No início deste ano teve boas corridas e algumas vitórias, e penso que isso foi muito importante para ele e para a sua confiança, para voltar a acreditar em si próprio 100%. Sinto falta daquela magia que ele tinha antes das lesões. Daquele pequeno extra que tinha na moto. Isso eu ainda não vi”, concluiu o belga.


FONTE: MOTOSPORT

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