Na nona das 12 etapas, equipe volta a colocar seus pilotos entre os melhores; Adrien Van Beveren foi o segundo mais rápido do dia, enquantoTosha Schareina mantém a vice-liderança na geral mesmo após queda
Mais um dia do Rally Dakar 2025 concluído com os pilotos da equipe Monster Energy Honda HRC e suas motocicletas Honda CRF 450 Rally nas primeiras posições. Nesta terça-feira (14/1), os competidores encararam a nona das 12 etapas, que os levou de Riyadh a Haradh, na Arábia Saudita. Como antecipado pela organização da prova, os 357 quilômetros cronometrados tiveram caminhos rápidos e de piso bom para a pilotagem, ainda que com alguns trechos mais técnicos e a travessia de cânions e leitos de rio secos.
Adrien Van Beveren foi o primeiro dos quatro integrantes do time ainda na disputa (o chileno Pablo Quintanilla foi obrigado a abandonar na véspera) a largar para o desafio. Prejudicado pela dificuldade inicial de navegação em uma zona de caminhos rápidos e pedregosos, ele se equivocou algumas vezes, mas manteve a calma para retomar o rumo correto e terminou a etapa em segundo, a menos de dois minutos do vencedor do dia Luciano Benavides, que manteve um ritmo forte. O francês recuperou seis minutos em relação ao colega Tosha Schareina, aproximando-se da segunda posição também na classificação geral, em busca de seu segundo pódio consecutivo no Dakar.
O objetivo de Schareina era pressionar o líder no acumulado Daniel Sanders e a etapa desta terça trazia boas oportunidades para que ele acelerasse forte e descontasse parte da diferença para o australiano. Contudo, uma queda com menos de 20 km da especial atrapalhou seus planos. Felizmente o espanhol não se machucou e conseguiu retomar um ritmo intenso rodando ao lado do companheiro de equipe Ricky Brabec. Ele terminou o estágio em sétimo e limitou a perda para Sanders em 3m42s. A diferença entre eles no acumulado é agora de 14m45s, com três dias de prova restando.
Brabec e o também norte-americano Skyler Howes fizeram uma etapa sólida com a quarta e a quinta posições, respectivamente, em uma região que conheciam. Haradh já havia feito parte do roteiro do Dakar em três anos anteriores. Os dois mantiveram suas posições na geral. Quinto colocado, Brabec está otimista para o desafio do Empty Quarter (Quarteirão Vazio) e sua imensidão de dunas a partir da próxima etapa, lembrando que surpresas sempre podem acontecer. Howes aparece em sexto.
Restam apenas três estágios para a conclusão do Rally Dakar 2025. A décima etapa tem ‘apenas’ 116 km cronometrados em um total de 520 de percurso, mas a expectativa é de intensidade em alta, já que percorrerá o coração do Empty Quarter, onde estão as maiores e mais desafiadoras dunas. A vista do topo das dunas será majestosa, mas a areia fofa entre elas é a principal dificuldade prevista pela organização para testar os pilotos.
O Rally Dakar 2025 teve início no dia 3 de janeiro, em Bisha, com o prólogo, e prosseguirá até o próximo dia 17, consagrando os vencedores em Shubaytah, Arábia Saudita. Pelo caminho, os competidores encaram percurso total de aproximadamente 7.800 quilômetros, incluindo cerca de 5.200 cronometrados e um dia de descanso. Em sua 47ª edição, a mais tradicional prova da modalidade abre mais uma vez o calendário do Mundial de Rally Raid (W2RC).
Ruben Faria (Gerente geral da equipe Monster Energy Honda HRC) – “Chegamos a Haradh, ponto final da nona etapa, e foi um bom dia para nós. Planejamos uma estratégia diferente para Schareina, mas ele caiu forte com apenas 12 km de especial. Felizmente conseguiu seguir adiante e não perdeu muito tempo. Van Beveren terminou em segundo, mais um bom resultado para ele. Brabec e Howes concluíram em quarto e quinto e terão alguns rastros para seguir na próxima etapa, e assim poderão atacar para recuperar algum tempo.
A décima etapa é curta, com 116 km cronometrados – 95% deles em dunas e 5% na areia – e, por isso, não acredito que será das mais velozes, mas certamente será bem intensa. Na quinta-feira, o 11º estágio será realmente importante. Vamos ver em que posições nossos pilotos terminam nesta quarta-feira para, então, planejar os dias finais”.
Ricky Brabec #9 – “Foi um bom dia, a especial era bastante rápida e sem grandes desafios, era quase um longo deslocamento. Alcancei Schareina após sua queda e andamos juntos até o fim da etapa. Estou feliz com a pilotagem e como as coisas estão indo. Há apenas mais alguns dias pela frente, acredito que na próxima etapa estaremos em boa situação para avaliar o que acontecerá e então partir para o ataque total no dia seguinte. Nada é impossível e nada está fora do alcance. Temos que seguir trabalhando”.
Skyler Howes #10 – “A nona etapa foi provavelmente a mais rápida do rally, andamos a maior parte do tempo com a moto no limitador em 160 km/h por caminhos bastante velozes. Havia muito cascalho, algumas valas grandes e um pouco de navegação traiçoeira. Na região em que algumas dessas estradas foram desfeitas, acho que para procurar petróleo, ou algo do tipo, havia várias trilhas e era fácil se confundir e sair do rumo. Foi exatamente o que aconteceu comigo após o reabastecimento. Tive uma ótima primeira metade de especial, recuperando alguns minutos, mas, em seguida, fiquei preso em um trecho de pedras e perdi algum tempo ali. Na soma foi um bom estágio, realmente rápido e adequado ao meu estilo. Passamos por esse trecho umas três ou quatro vezes em anos anteriores, obviamente com algumas diferenças, mas sempre na mesma região. Sou fã dela, mas sempre me prega uma peça, então espero ter mais sorte na próxima visita. Um dia positivo com o quinto lugar, que nos deixa em boa posição para atacar na 11ª etapa, rumo ao Empty Quarter”.
Adrien Van Beveren #42 – “Mais um dia difícil para a navegação, havia muitas pedras no terreno e rodamos por alguns locais realmente danificados, além de cânions e leitos de rio secos. Cometi alguns erros de orientação ao não encontrar uma trilha, em seguida procurei desviar do caminho mais pedregoso e perdi um bocado de tempo. Mais tarde vi que Luciano Benavides vinha forte e tive de atacar também. Consegui alcançá-lo bem no fim, mas no todo foi um dia sólido. Ainda há muitos quilômetros pela frente, vou fazer o meu melhor até o fim”.
Tosha Schareina #68 – “Sofri uma queda forte logo no começo, mais ou menos com 20 km da etapa. Não tinha muita visibilidade na areia e com a luz do dia nascendo. Depois disso Brabec me alcançou e andamos juntos até o fim do percurso. Perdi tempo, mas faz parte do jogo. Após o tombo, se você está bem e consegue andar forte é algo muito bom e fiquei feliz por ser justamente o meu caso. Agora vou procurar descansar para chegar pronto a mais um dia”.
Resultados – Rally Dakar 2025 / Arábia Saudita
Classificação após a etapa 9 / Motos (extraoficial – cinco primeiros)
1 – Daniel Sanders (AUS) – #4 – 47h45m34s
2 – Tosha Schareina (ESP) – #68 – 48h00m19s – Equipe Monster Energy Honda HRC
3 – Adrien Van Beveren (FRA) – #42 – 44h05m55s – Equipe Monster Energy Honda HRC
4 – Luciano Benavides (ARG) – #77 – 48h13m18
5 – Ricky Brabec (EUA) – #9 – 48h17m05s – Equipe Monster Energy Honda HRC
6 – Skyler Howes (EUA) – #10 – 48h24m13s – Equipe Monster Energy Honda HRC
Etapa 9 / Motos (extraoficial – cinco primeiros)
1 – Luciano Benavides (ARG) – #77 – 3h15m38s
2 – Adrien Van Beveren (FRA) – #42 – 3h17m32s – Equipe Monster Energy Honda HRC
3 – Daniel Sanders (AUS) – #4 – 3h18m42s
4 – Ricky Brabec (EUA) -#9 – 3h19m17s- Equipe Monster Energy Honda HRC
5 – Skyler Howes (EUA) – #10 – 3h20m18s – Equipe Monster Energy Honda HRC
7 – Tosha Schareina (ESP) – #68 – 3h22m24s – Equipe Monster Energy Honda HRC
FONTE: Mundo Press
