Do hiato à vitrine nacional: conheça a história recente da Motovelocidade no Rio Grande do Sul




A jornada é contada pela trajetória de Alexandre Sampaio, um dos responsáveis por resgatar a tradição da modalidade no estado

De dois anos sem sequer uma corrida, quem dirá um campeonato estadual, a uma modalidade aquecida, com provas frequentes e formação de novos campeões até de nível nacional. Esta era a situação da Motovelocidade no Rio Grande do Sul no início dos anos 2000 e, ao lado, o modo como ela está atualmente. Essa transformação passou, especialmente, por um nome: Alexandre Sampaio.

Sempre presentes nos bastidores e boxes, Alexandre é um dos principais agentes da modalidade no país.

Aqui a Federação Gaúcha de Motociclismo (FGM) resgata a história de um dos principais agentes da Motovelocidade no estado. Afinal, o engenheiro mecânico natural de Nova Petrópolis e cidadão de Bento Gonçalves foi um dos responsáveis por retomar e fortalecer a modalidade, mais uma em que hoje o Rio Grande é um celeiro nacional de talentos.

Resgatando a motovelocidade

É curioso pensar que um dos principais nomes gaúchos das pistas não tem um histórico de títulos. Aliás, nunca venceu sequer uma prova, tampouco um campeonato. Dessa forma, Alexandre trabalhou sempre nos bastidores, atuando na organização de eventos e representação de entidades.

Iniciou na modalidade em 1999, auxiliando o amigo Luiz Agostini, o Botcha, então promotor do Gaúcho de Motovelocidade. Em 2006 recebeu a missão de comandar a categoria, totalmente paralisada há 2 anos. Além disso, há 6 anos o estado não sediava uma etapa do Campeonato Brasileiro.

Não tínhamos sequer um track day, muito menos um Campeonato Gaúcho. Então nossa missão era recuperar a competição, envolvendo apenas motos à venda no mercado brasileiro, com provas a cada 45 dias e adotando o regulamento utilizado pela Confederação Brasileira de Motociclismo. Além disso, precisávamos promover track days entre uma corrida e outra para manter todos ativos e motivados, relembra Alexandre.

Sampaio e a esposa Lorena acompanhando de perto o filho, campeão na SuperSport 600 do Superbike Brasil

O resultado

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As novas categorias facilitavam o início no esporte e um campeonato longo estimulava os participantes a se manterem ativos nos treinos e corridas. Logo, os grids foram enchendo, assim como as arquibancadas, e o fluxo nos boxes se tornou cada vez maior, envolvendo pilotos, mecânicos, diretores de equipe, famílias e apoiadores.

Aos poucos a categoria ganhou força, tanto que o Gaúcho de Motovelocidade segue ativo até hoje, e voltou a revelar novos campeões. Curiosamente, um deles é filho do próprio Alexandre, Pedro Sampaio, atual piloto da equipe Honda Racing.

Pentacampeão Gaúcho, campeão Brasileiro na 250cc, campeão do SuperBike Brasil na SuperSport 600 e atual vice-campeão na classe principal da competição, o jovem tinha apenas dois anos quando o pai iniciou na organização de provas.

Ainda não é uma obra finalizada, pois queremos ver o Pedro campeão na divisão principal do SBK, mas já vivemos grandes emoções até aqui. Como diz Fernando Pessoa, tudo vale à pena quando a alma não é pequena, comentou Alexandre.

Junto do filho Pedro durante o SuperBike Brasil

Hoje: um sonho com o tamanho do mundo

Atualmente, além de acompanhar o desempenho do filho nos autódromos, Alexandre Sampaio segue ativo no motociclismo. É diretor de provas na Federação Gaúcha de Motociclismo, tesoureiro da AMO-RS (Associação dos Motociclistas do Rio Grande do Sul) e apoia uma equipe no Sertões, o maior rali das Américas.

Alexandre com a esposa Lorena viajando de moto pelos Estados Unidos

Além disso, planeja uma grande viagem de moto. Quer dar a volta ao mundo a partir de 2024, em uma odisseia ‘com pelo menos três anos de duração’, como explica. Para dar suporte à aventura, tem no currículo mais de 30 anos de moto turismo, com viagens por todo o Brasil e vários países da América do Sul, além de duas incursões nos Estados Unidos e três pela Europa.

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Em uma de suas viagens, encarando poeira e desafios, na Bolívia

Aliás, o motociclista tem até um livro publicado. Sobre viagens de moto, claro. A obra ‘Na estrada em duas rodas’ foi publicada em 2009, narrando experiências por toda a América Latina, com vivências desde motos de baixa cilindrada, como da Yamaha NEO 115, até a Honda CBX 750F. Saiba mais sobre o título em www.alexandresampaio.com.br.

Livro narra histórias vividas por todo o continente, sobre motos de 100 a 750 cilindradas

FONTE: FGM – FOTO: DIVULGAÇÃO