Como se transporta um protótipo de MotoGP?




Não é só enfiar num caminhão, num barco ou num avião e pegar o caminho. Transportar uma moto de MotoGP é um processo que requer, além dos cuidados normais de transportar motos, muitas outras cautelas.

Ao todo, entre 260 a 280 toneladas de material chegam a cada circuito, por corrida. A maior parte, 210 toneladas, são motos e peças mecânicas, a que se juntam a 50(!) toneladas de material de filmagem da Dorna Sports, para as transmissões. Todo este material está distribuído em cerca de 600 caixas.

Esta parte que escapa aos olhos dos mortais faz parte da normalidade nas equipes que integram o campeonato mundial. É a rotina dos técnicos desde a chegada até a saída do paddock, para cada um dos 18 Grandes Prêmios do calendário. As equipes têm nos caminhões verdadeiros quartéis-generais equipados com todos os materiais necessários para montar uma estrutura no paddock. Além dos motorhomes, toda uma parafernália de materiais e equipamentos acompanham os recursos humanos. Segundo o super7moto.com, a Repsol Honda transporta consigo seis caminhões para cada Grande Prêmio, o que é incrível por si só.

Cada equipe traz entre 10 a 12 toneladas de carga. Já as equipes de Moto3 e Moto2 chega as quatro, cinco ou seis toneladas. A maior parte chega de avião e a Dorna não aceita qualquer avião, tendo uma lista restrita de aeronaves que podem fazer esse frete.

São as próprias fábricas que determinam o processo do nível de transporte, afinal estamos falando de milhões de euros por moto e peças sobressalentes. Por norma as motos raramente seguem nos caminhões onde está a maior parte das infraestruturas de cada equipe, sendo o transporte aéreo preferido para o deslocamento das motos.

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Materiais como pneus, combustível e outros líquidos são entregues de barco sempre que possível, devido ao fato de a maior parte destes materiais serem inflamáveis. Chegando ao destino, entram os caminhões em cena, levando tudo para o paddock. Entre 35 e 40 caminhões são necessários por Grande Prêmio. Um seguro de 100 milhões de euros assegura que os clientes estão protegidos em caso de acidente ou que algo aconteça à carga. Mais de vinte pessoas têm como função única acompanhar os materiais para garantir que tudo corra como previsto.

Os pneus usados nas motos durante o transporte não são pneus usados para qualquer outra atividade. Destinam-se única e exclusivamente para transportar as motos, para colocar em caixas e para as retirar, bem como para deslocar pela garagem, antes de montar os pneus de pista.

Todas as partes de metal são borrifadas e protegidas por líquido antioxidante e todas as entradas de ar são seladas para evitar que possam entrar resíduos no motor. Além disso, nas baterias todos os circuitos eletrónicos são desligados por motivos de segurança.

O líquido refrigerante é retirado dos radiadores, que são depois lubrificados no seu interior com um material específico que visa proteger os componentes de oxidarem, tendo em conta que tal situação pode ocorrer em condições de pouca pressão atmosférica, como as que se verificam durante as viagens de avião.

São muitos milhões em jogo e estragar peças custa muito dinheiro, numa modalidade que é uma verdadeira esponja financeira.


FONTE: MS