Última prova da temporada no Deserto do Saara apresentou dificuldades e reação dos campeões
Dono de 35 títulos nacionais e internacionais na carreira, o piloto Reinaldo Varela definiu a 20ª edição do Rally do Marrocos como uma das mais difíceis que já disputou. A prova, encerrada nesta quarta-feira (9) em uma região que mesclou dunas de alturas variadas e trechos dominados por rochas, valeu como última etapa da Copa do Mundo de Rally Cross-Country, competição que reúne os melhores pilotos e equipes internacionais em provas no estilo Dakar.
A bordo do Can-Am Maverick X3 da equipe Monster Energy, Varela e o navegador Gustavo Gugelmin empreenderam uma emocionante recuperação ao longo dos cinco dias de corrida e nesta quarta-feira consolidaram a vitória na categoria T3 (UTVs). A façanha lhes garantiu o tricampeonato mundial, em uma conquista inédita para o Brasil. Seus mais diretos rivais na briga pelo título, os russos Fedor Vorobyev/Kirill Shubin, precisavam vencer para manter as pretensões pelo campeonato, mas terminaram apenas em quinto na corrida. O primeiro lugar de hoje se soma às vitórias de Varela e Gugelmin obtidas no Qatar e Cazaquistão. Eles também obtiveram um segundo lugar nos Emirados Árabes.
“Se fosse fácil, não teria valor”
“Todo mundo apanhou muito nesse rally, que foi exigente demais. Os acidentes foram uma constante, por que tanto o roteiro quanto o trajeto foram radicais em termos de dificuldade. Mas se fosse fácil não teria o valor que tem”, disse Varela. “Foi um rally para sobreviventes e equipes extremamente entrosadas e eficientes. O Gustavo foi sensacional, perfeito na navegação do começo ao fim – e isso teve um peso enorme, fez muita diferença pra gente. E o desempenho do nosso carro também foi impecável, sempre muito equilibrado e com respostas potentes em todas os momentos que precisamos. Enfim, a equipe está de parabéns, foi tudo perfeito”, comemorou o piloto da Monster Energy/Can-Am.
“Incrível como tudo foi dando certo com o passar dos dias”, relata Gugelmin. “Logo no primeiro dia nós tomamos um susto pela falha de uma pecinha de conexão da ventoinha. Confesso que foi muito tenso, por que chegamos aqui para brigar pelo título e logo de cara aconteceu isso. Consertamos com a prova em andamento e chegamos em oitavo. Daí pra frente, fomos avançando e ganhando posições todos os dias, até consolidarmos hoje a vitória no Rally”, completa o navegador da equipe Monster Energy/Can-Am.
Gugelmin diz que o foco e a cautela que orientou a campanha da dupla no início da prova foi dando lugar a uma atitude mais ousada:
“Chegamos aqui precisando somente de dois pontos para o título, mas a gente sentiu que podia buscar mais e não desperdiçamos, vencendo dois dos cinco dias de competição. O Reinaldo foi muito eficiente e veloz, realmente é um piloto de um nível incrível. Mais do que feliz, fico honrado por ter um parceiro como ele. Especialmente por que sei que ainda vamos conquistar muita coisa juntos”.
Novo foco é o Dakar – O Rally do Marrocos foi também um dos principais eventos-teste para o Rally Dakar, que será realizado de 5 a 17 de janeiro de 2020. Varela e Gugelmin disputarão essa prova, que venceram em 2018 também pela equipe Monster Energy/Can-Am. Eles usarão novamente o modelo Maverick X3, com o qual conquistaram o Dakar já na estreia do UTV da Can-Am.
“Se esse foi um treino, foi dos bons”, define Varela. “Até o Dakar ainda há muito tempo e preparação. Mas será bom chegar lá como atuais campeões mundiais”.
Confira a classificação final do campeonato:
1) Reinaldo Varela/Gustavo Gugelmin, Can-Am Maverick X3 – 93 pontos
2) Fedor Vorobyev/Kirill Shubin (Rússia), Can-Am Maverick X3 – 55
3) Camelia Liparoti/Rosa Romero (Itália/Espanha), Can-Am Maverick X3 – 27
4) Casey Currie/Laurent Lichtleuchter (EUA), Can-Am Maverick X3 – 25
5) Sergei Kariakin/Anton Vlasiuk (Rússia), Snag Proto – 25
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FONTE: BEST PR – FOTO: Marian Chytka