A batalha pela supremacia entre nações dentro do Mundial de Velocidade tem sido uma luta exclusiva de duas nacionalidades: Espanha e Itália. Salvo raras exceções, incluindo o português Miguel Oliveira, os pilotos em maior destaque nas várias categorias do Mundial de Velocidade são ou espanhóis, ou italianos. E a verdade é que há uns anos eram os “nuestros hermanos” que estavam a levar vantagem em relação aos italianos.
A situação era tão preocupante para os italianos, que Valentino Rossi, nove vezes campeão do mundo, decidiu lutar contra a armada espanhola, e criou a VR46 Riders Academy. Na próxima temporada esta escola, ou viveiro de talentos, terá um total de 11 pilotos sob a alçada de Rossi.
Tendo como “quartel-general” a casa de Valentino Rossi em Tavullia, esta academia de pilotos tem como principal objetivo proteger, ensinar e ajudar a crescer os mais jovens talentos italianos da velocidade, e os resultados estão a começar a aparecer, pois Franco Morbidelli sagrou-se nesta temporada de 2017 como campeão mundial de Moto2.
Para a VR46 Riders Academy, o título alcançado por Morbidelli e consequente passagem à categoria rainha MotoGP em 2018, é o concretizar de um longo processo de acompanhamento do piloto e cujo objetivo final será levar Morbidelli a lutar pelo título da MotoGP. Mas esse processo tem os seus custos, e que não são assim tão reduzidos como alguns podem pensar!
De acordo com declarações de Albi Tebaldi, CEO do grupo empresarial VR46 e que gere a VR46 Riders Academy, reproduzidas no website GPone.com, a escola de Rossi não está neste momento obtendo grandes benefícios a nível financeiro.
Tebaldi declara que para cada temporada, cada piloto tenha um custo para a academia de entre 60 a 70 mil euros, o que inclui os treinos no famoso rancho de Rossi, denominado oficialmente como VR46 Pro Flat Track, treinos no circuito Misano Marco Simoncelli (onde treinam com as Yamaha YZF-R6 e R1), treinos de academia e são acompanhados de perto por vários treinadores e uma equipa médica.
Em contrapartida pelo investimento feito nos jovens talentos italianos, a VR46 Riders Academy recebe uma comissão de representação de cada piloto de 10% do ordenado que recebem por temporada. Feitas as contas, Rossi apenas teria o seu investimento recuperado, ou equilibrado, caso os pilotos recebam anualmente um valor de pelo menos 600 mil euros, algo que neste momento não acontece.
Felizmente para os jovens pilotos italianos, Valentino Rossi não necessita de receber o seu dinheiro de volta tão rapidamente, e este negócio do grupo VR46 tem em vista a obtenção de resultados, tanto financeiros como esportivos, a longo prazo. Não só dentro de alguns anos teremos mais e mais pilotos da VR46 Riders Academy espalhados pelas várias categorias do Mundial de Velocidade, como também o nove vezes campeão do mundo pode transmitir aos mais novos aquilo que aprendeu ao longo da sua extensa carreira na competição.
Com isso, e já tendo em vista o abandono da competição enquanto piloto, Valentino Rossi está a garantir que no futuro continuará a ver o seu nome ligado ao Mundial de Velocidade, especialmente porque poderá aparecer ao lado dos futuros campeões.
FONTE: ANDAR DE MOTO