A grande fase de Franco Morbidelli na Moto2 e a confirmação da ida para a MotoGP em 2018 fez com que o Brasil voltasse a chamar a atenção no cenário mundial da motovelocidade.
Ainda assim, Morbidelli representa a Itália e, além da mãe brasileira, tem apenas a identificação com o Brasil como ligação com o país.
Tendo o sucesso de Morbidelli e o aumento da popularidade no país em mente, muitos desejam ver a MotoGP de volta ao Brasil – a última prova aconteceu em 2004, no extinto Jacarepaguá.
Alex Barros, piloto brasileiro com mais sucesso no Mundial, esteve na coletiva de Morbidelli em São Paulo e comentou sobre a possibilidade de a categoria voltar ao país, mas deixou claro: é necessário ter um piloto brasileiro no grid.
“A ideia de trazer a MotoGP para o Brasil tem um aspecto comercial importante. Não basta ter boa vontade nossa como torcedor, que queremos ter a categoria aqui. Depende da situação econômica do país, é um evento caro”, disse.
“Tenho um bom relacionamento com o Carmelo Ezpeleta, a gente sempre conversa, todo ano, sobre a possibilidade de trazer a MotoGP para o Brasil. Mas para isso acontecer precisamos de um piloto brasileiro (no Mundial), sendo bem claro. A MotoGP no Brasil não sobrevive se não tivermos um ídolo para quem torcer”, cravou.
Barros destaca que a prova até poderia chegar ao país, mas não sobreviveria sem que o público tenha um representante totalmente brasileiro. Para dimensionar a importância disso, o piloto relembrou o apoio financeiro recebido para permanecer nas 500cc em 1995, quando ficou sem a vaga na Suzuki e sem dinheiro para seguir no campeonato com as próprias pernas.
“Temos o Franco (Morbidelli) hoje, que leva meia bandeira brasileira, mas temos só isso. Eu não sei se isso será o suficiente, eu espero que sim. Precisamos trazer patrocinadores e precisamos do impacto de um ídolo. Se a gente não tiver isso, o evento não dura mais do que três anos aqui.”
“Isso já aconteceu no passado, isso sempre foi conversado. Eu sempre participei de reuniões durante a minha carreira. Em um momento que tive dificuldades financeiras para seguir nas 500cc, existiu um apoio da Dorna e a prefeitura do Rio de Janeiro também me apoiou.”
“O valor pago para me manter correndo era pequeno diante do aspecto comercial que trazia o Mundial para cá. Ter um piloto brasileiro correndo na categoria principal naquele momento era muito importante.”
FONTE: MOTORSPORT