De acordo com a página britânica bikesportnews e a alemã speedweek.com, a tradicional fabricante inglesa será a fornecedora de motores para a classe intermediária do Mundial de MotoGp a partir do ano que vem. E mais: o propulsor obrigatório seria o inédito 750 tricilíndrico de 160 hp que vai equipar a nova Street Triple, que será lançada semana que vem.
Até o próximo ano, a categoria seguirá utilizando os motores tetracilíndricos da Honda CBR600RR, modelo que não se atualiza desde 2010, descontinuado por conta da queda nas vendas e por não cumprir as normas ambientais Euro4. O mesmo acontece com a Kawasaki ZX-6R e a Suzuki GSX-R600. Já a Yamaha se adaptou, ao lançar a nova R6, potencial candidata ao cargo de fornecedora para a Dorna na Moto2.
Porém a marca de Iwata não manifestou seu interesse no contrato, assim como Kawasaki, Suzuki, Aprilia, Ducati, KTM, BMW, Husqvarna, Peugeot e Mahindra, oficiosamente sondadas pela IRTA, Dorna e FIM. A Honda não tem um motor que se adeque – acho que se quisesse, teria – e a MV Agusta, única a se mobilizar, aformando que poderia disponibilizar seu motor tricilíndrico de 675cc da F3, que compete no Mundial de Supersport, está envolta em novos problemas financeiros, o que inviabiliza esta opção.
O interesse da Triumph é algo surpreendente; apesar do modelo esportivo Daytona 675, que usa motor tricilíndrico de 128 hp, que chegou a competir no Mundial de Supersport até 2009, não é atualizado desde 2014 e pode ser descontinuado. A vocação maior da marca é nas linhas Big Trail, Naked e Clássica-Moderna.
Os motores Honda hoje em ação podem ser grandes e obsoletos, mas primam pela resistência. Desde a criação da categoria monomarca, em 2010, os motores sorteados entre os pilotos aguentam 90 mil trocas de marcha por fim de semana de corrida, e ao longo de 6 temporadas, já percorreram três vezes a distãncia da Terra a Lua (384.400 km). São cerca de 200 motores disponíveis por ano, sorteados entre os pilotos e substituídos a cada três corridas.
Já os da Triumph Daytona 675R têm efrentado problemas de durabilidade, além de a montagem no chassis ser localizada nos cabeçotes, o que pode limitar os projetos de engenharia e flexibilidade que serão desenvolvidos para essa “Moto2 safra 2019”. Será necessário cerca de um ano e meio para que os novos motores estejam prontos e suficientemente testados para entrar na pista.
De toda forma, o prestígio de ser fornecedora do Mundial mais conhecido no planeta pode significar uma virada no planejamento das fábricas de Hinckley, onde trabalham 1.700 empregados, com faturamento anual em torno de 500 milhões de euros.
A Triumph tem 730 concessionários ao redor do mundo, e o maior deles é em campinas, interior de São Paulo, com 2.500 metros quadrados. E o maior concessionário em vendas também é brasileiro; a Triple da cidade de São Paulo. pelo que eu soube, 7 entre as 10 maiores concessionárias da marca no mundo são no Brasil, mas não consegui confirmar essa informação.
As notícias dão conta de que o contrato a ser firmado entre a Triumph, a Dorna, IRTA e FIM – parece que já existe um protocolo nesse sentido – será oficializado no fim de semana do GP do Catar, prova de abertura da temporada 2017 do Mundial de Motovelocidade, marcada para o dia 26 de março.
FONTE: MUNDOMOTO