AMA SUPERCROSS: “O objetivo é finalizar o campeonato”




Dave Prater é o diretor da Feld Entertainment, a produtora do Monster Energy AMA Supercross. Após 10 das 17 rodadas, a temporada foi suspensa depois da corrida em Daytona, mas Prater está confiante de que vai conseguir realizar todas as etapas restantes.

“O objetivo é terminar a temporada e completar as 17 corridas. Foi esse o plano com que entrámos em 2020, foi sempre esse o plano, e não queremos desviar-nos dele. Pensamos que é importante para os fãs, para as equipes, para os pilotos e para a indústria como um todo. Por todas essas razões é esse o nosso objetivo e é para isso que estamos a trabalhar”, avançou Dave Prater.

Na semana passada, a Feld Entertainment já tinha tornado bastante claro que o objetivo era terminar a temporada com todas as provas realizadas em algum momento deste ano, mas nenhum outro detalhe foi disponibilizado até ao momento. No entanto, há que ter em atenção que, dada a dificuldade em encontrar locais e datas para as corridas, não será nada fácil conseguir realizar mais provas.

O campeonato Lucas Oil Pro Motocross foi adiado para o dia 13 de Junho e a esperança era que se conseguissem realizar algumas corridas antes dessa data. No entanto, com a pandemia ainda a escalar em vários países da Europa será quase impossível fazer com que isso aconteça.

“Conseguiram adiar o início da temporada para o dia 13 de junho, na esperança de que pudéssemos conseguir fazer algumas provas antes disso. Mas, à medida que as coisas se foram desenvolvendo ao longo dos últimos dias, se não semanas, percebemos que provavelmente não é um objetivo realista. Não quero dizer que está completamente fora de questão neste momento, mas parece desafiante para nós sermos capazes de conseguir alguma coisa antes dessa data”, explicou o diretor da Feld Entertainment.

Apesar do forte desejo de continuar com a competição, tal como todas as empresas do mundo, a Feld viu-se obrigada a adaptar os seus trabalhos à nova conjuntura.

“Penso que como qualquer pessoa tivemos todos de nos adaptar. Aconteceu tudo tão rapidamente que penso que no início todos pensámos que cancelávamos duas ou três corridas ou fazíamos uma ou duas à porta fechada e voltava tudo ao normal. Não queríamos que isso acontecesse, mas depois apercebemo-nos que isto vai ser uma realidade durante muito mais tempo e que vamos ter de lidar com isso. Penso que aconteceu o mesmo com as equipes. Estávamos todos sentindo exatamente a mesma coisa”, disse Prater.

O diretor da Feld Entertainment acrescenta ainda que, apesar de inicialmente não ter sido fácil, as equipes acabaram por ter de aceitar a suspensão das corridas.

“À medida que a situação se foi desenvolvendo, percebemos que vamos ter de nos adaptar e vamos ter de ser o mais flexisivel possível com esta situação. Vamos ter de ir um pouco com a maré e ir fazendo os possíveis para regressa rapidamente à normalidade. Relativamente às equipes, depois de quatro ou cinco chamadas, e com o passar do tempo, penso que todos estavam na mesma página, visto que acabaram por perceber que vamos ter de assistir a esta situação, fazer uma pausa, recuar e ajustarmo-nos à medida que se desenrola e obtemos mais informação”.

Dave Prater acrescenta ainda que:

“No meio de tudo isto uma coisa é certa: todos querem correr. Não sei como funcionam os seus contratos, mas por exemplo, os pilotos certamente não recebem bónus por ganharem corridas se não houver corridas para ganhar. Tenho a certeza que há aqui dinheiro da televisão ou dinheiro do patrocinador, e isso inclui também o motocross. Nunca pensámos na ideia de participar em menos corridas do que o previsto, porque isso nunca tinha acontecido antes. Mas penso que aprendemos que, quando todos se aperceberam de como seria mau não correr, todos disseram: «Queremos correr». Ninguém disse: «Vamos poupar algum orçamento de viagem por não irmos às corridas»”, sublinhou Prater.

Com todas as consequências que o surto de Covid-19 trouxe para a promotora, tais como terem-se visto obrigados a diminuir a mão-de-obra, Dave Prater confessa que tudo isto também tem sido uma aprendizagem a nível pessoal.

“Aprendi que não se toma nada por garantido. Vou ficar tão feliz quando voltarmos a poder assistir a uma corrida. Vou estar no caminho certo com um grande sorriso de orelha a orelha. O meu objetivo é, mesmo depois de termos corrido duas, três, sete vezes lembrarmo-nos disto do quão afortunados e privilegiados somos por conseguirmos fazer aquilo de que gostamos. Quem me dera agora poder estar a pensar na prova de Seattle no fim-de-semana e não sobre esta situação. Mas vamos ultrapassá-la e espero que seja em breve”.


FONTE: MOTOSPORT

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