O 94º International Six Days Enduro terminou de forma positiva para o Brasil. Ao final dos seis dias de competição, os pilotos garantiram a conquista de oito medalhas nas olimpíadas do off-road: duas de ouro, uma de prata e cinco de bronze.
Missão cumprida! A seleção brasileira finalizou neste sábado (16/11) a 94ª edição do International Six Days Enduro, considerada por muitos como uma das mais difíceis dos últimos tempos, com a conquista de oito medalhas. Uma prova com chuva, frio, poeira, lama e toda série de adversidades. Gustavo Pellin, Maurício Fernandes e Vitor Garcia representaram a seleção brasileira que garantiu o 16º lugar na competição e faturaram três medalhas: uma de prata para Pellin e uma de bronze para Garcia e outra para Fernandes. Pela seleção Júnior, Bruno Crivilin e Gabriel Soares garantiram duas medalhas de ouro. E na disputa entre os clubes, o Clube Brasil garantiu mais três bronzes com José Manuel Simas, Manuel Francisco Correia e Willian Almeida Junior.
Esta foi a terceira participação consecutiva da seleção brasileira no International Six Days Enduro. Depois de vários anos sem enviar uma seleção para a disputa – a última havia sido em 2003 – o Brasil esteve presente nas edições da França em 2017, Chile em 2018 e agora, em Portugal.
Gustavo Pellin foi o único piloto brasileiro a participar dessas três edições e conquista sua terceira medalha consecutiva. Depois do ouro na França, conquistou a prata no Chile e agora outra prata em Portugal. Segundo ele, o principal desafio foi encarar o clima instável, que prejudicou bastante as condições da prova.
“Os dias aqui foram bem duros, primeiro e segundo dia sofri muito com o acerto da moto e nas especiais de areia. O terceiro e quarto dias foram legais, o que dificultou bastante aqui em Portugal foi o clima, o tempo muito instável, difícil acostumar, colocava a jaqueta, tirava a jaqueta, muito frio, neblina, chuva. É a minha quarta participação e a minha terceira medalha, na Argentina acabei não conseguindo finalizar. Estou muito feliz em completar mais um Six Days, esse era o principal objetivo, terminar bem e me divertir. Uma prova longa mas que eu acho muito legal de fazer. A prova da Argentina pra mim foi a mais difícil, com deslocamentos bem complicados e muitas motos quebrando, mas cada Six Days tem uma particularidade e neste o clima complicou, estavam muito pesadas as especiais, principalmente as de areia, as mais difíceis. estou com minha família toda aqui, agora é comemorar mais um Six Days e mais uma medalha”.
Estreante na competição e caçula da Seleção, o mineiro Vitor Garcia concluiu o objetivo principal de finalizar bem a prova com sua MXF, moto que trouxe do Brasil especialmente para testar na mais difícil competição de enduro, com seis dias de duração e bastante desgastante. Além de comemorar a conquista da medalha, já faz planos para o próximo ano.
“Esse foi um grande sonho realizado, não só participar, mas completar o Six Days. Graças a Deus deu tudo certo, finalizei em boas condições físicas, a moto completou em boas condições também, e esse era o grande objetivo, chegar no final. Achei muito legal, bem desafiadora a prova, com deslocamentos bem longos e especiais muito técnicas, principalmente por causa dos buracos e desgaste do terreno pela quantidade de motos passando. Estou muito satisfeito com meu desempenho e poder chegar ao final. Vamos voltar pro Brasil e continuar os treinos para a próxima temporada e quem sabe no ano que vem poder fazer o Six Days da Itália”.
O mais experiente do grupo é o paulista Maurício Fernandes, que colocou no currículo a conquista da medalha de bronze do International Six Days Enduro, depois de participar das principais provas e competições do planeta. Com 48 anos, disputou a prova com entusiasmo de um garoto e concluiu uma das mais difíceis edições da prova.
“Depois de toda minha experiência no motociclismo, depois de todas as provas, dois Rallys Paris Dakar, Romaniacs, Erzberg Rodeo, Rally dos Sertões oito vezes, dentre tantas outras provas, conquistar, aos 48 anos, uma medalha no Six Days, principalmente nesta edição, que muitos estão falando que foi uma das mais difíceis, pra mim é uma grande conquista, um prazer imenso. Participar desta prova tão dura e encarar de igual para igual com a galera e conseguir finalizar a prova no tempo, durante os seis dias, era o principal objetivo. Foi excelente, estou super feliz. Queria agradecer ao Dino, de Belo Horizonte, que me ajudou nesta preparação para conseguir superar estes seis dias tão duros, foram fundamentais os dias que passei com ele treinando, evolui muito, tanto fisicamente quanto tecnicamente. Isso com certeza ajudou para que eu finalizasse bem. Quero agradecer também a todos que me apoiaram, o preparador físico, Silas, o Marçula, enfim, a gente não tá sozinho neste desafio, então temos várias pessoas ao nosso redor e queria agradecer a todos. Superar esses seis dias em cima da motocicleta, muitas horas por dia muito intensos, não foi fácil, ainda mais enfrentando uma maioria de vinte, vinte e poucos anos de idade. A equipe brasileira está toda de parabéns, uma galera bem unida, foi muito bom”.
Chefe da delegação brasileira, o Diretor de Enduro da Confederação Brasileira de Motociclismo comemora mais uma participação de sucesso na prova. E vê abertas as possibilidades do Brasil voltar a sediar a prova, assim como aconteceu em 2003.
“A participação do Brasil aqui em Portugal foi dentro das nossas expectativas. Como tivemos um clube que se transformou em seleção, acho que foi muito proveitoso e conseguimos cumprir o objetivo, ao finalizar com três pilotos do time principal no final da prova e com dois do time Junior, o que mostra a evolução dos nossos pilotos na modalidade. Com certeza, graças à consistência do campeonato brasileiro. Isso é muito bom e comprova a evolução da modalidade no Brasil. Há pouco tempo atrás seria muito difícil essa conquista, esses resultados. Foi muito positivo e gratificante ter trabalhado duro e ter investido tanto neste projeto. Novamente, quero ressaltar que essa terceira participação consecutiva abre a possibilidade de, no futuro, o Brasil voltar a sediar uma prova dessas. Precisamos apenas de parceiros e investimentos, porque capacidade e locais para isso o Brasil tem”, explicou.
Seleção Júnior – Os pilotos Bruno Crivilin e Gabriel Soares comemoram a conquista da medalha de ouro na competição. Depois dos seis dias de uma prova muito dura, Crivilin conseguiu a façanha de ser o piloto melhor classificado da América do Sul na prova. Gabriel Soares, em sua primeira participação, também conquista a medalha de ouro e a evolução no decorrer da prova.
Classificação Final – 94º International Six Days Enduro
Categoria E1
1 – Josep Garcia
2 – Ryan Sipes
3 – Lyndon Snodgrass
4 – Luke Styke
5 – Eero Remes
16 – Bruno Crivilin
35 – Vitor Garcia
36 – Maurício Fernandes
Categoria E2
1 – Taylor Robert
2 – Kailub Russel
3 – Davide Guarnieri
4 – Fraser Highlet
5 – Joshua Green
22 – Gabriel Soares
30 – Gustavo Pellin
Geral
1 – Daniel Sanders
2 – Josep Garcia
3 – Taylor Robert
4 – Kailub Russel
5 – Daniel McCanney
45 – Bruno Crivilin
53 – Gabriel Soares
73 – Gustavo Pellin
91 – Vitor Garcia
92 – Maurício Fernandes
FONTE E FOTO: JANJÃO SANTIAGO