O presidente Donald Trump ameaçou a Harley-Davidson com impostos severos no dia 26 de junho passado. Trump, que já havia elogiado a empresa antes. (Victoria Walker, Patrick Martin / The Washington Post) na terça-feira, ameaçou a Harley-Davidson, empresa icónica americana, com impostos severos e previu uma revolta pública que, segundo ele, acabaria com a empresa de 115 anos, fazendo falir a empresa de Wisconsin por um plano que a mesma anunciou de transferir algumas operações para fora do país como forma de evitar ser apanhada no meio de uma guerra comercial crescente.
Trump também acusou a Harley-Davidson, sem fornecer qualquer prova, de intencionalmente enganar os americanos dizendo que a empresa estava transferindo algumas operações para fora dos Estados Unidos em resposta às novas tarifas impostas pela União Europeia . A intensidade destes ataques, que ele normalmente reserva para opositores políticos, aparece nos seus posts do Twitter, onde alega que o anúncio da Harley-Davison na segunda-feira de que iria realizar mais algumas operações fora dos Estados Unidos foi planejado há muito tempo e que estavam a usar as novas tarifas da Europa como uma desculpa.
Trump ameaçou atingir a empresa com um imposto não especificado se a marca tentasse vender motos nos Estados Unidos que foram feitas fora do país.
A Harley-Davidson há muito planejava abrir uma nova fábrica na Tailândia, uma decisão que precedeu a guerra comercial entre Trump e os líderes de vários outros países. Mas a empresa justificou-se afirmando que esta produção no exterior seria exclusivamente para minimizar o impacto das tarifas impostas pela Europa. As tarifas sobre produtos específicos dos EUA foram impostas em retaliação contra as tarifas de Trump sobre as importações de aço e alumínio da UE. A Harley-Davidson anunciou entretanto planos para transferir a produção de motos a serem vendidas a clientes europeus para fora dos EUA para assim evitar as tarifas da União Européia. (Reuters)
Terça-feira passada marcou o segundo dia consecutivo em que Trump voltou a atacar a política da Harley-Davidson. O anúncio da empresa provocou uma enorme venda no mercado de ações com o receio de que outras empresas possam vir a fazer o mesmo, preocupadas em serem apanhadas no meio da guerra comercial de Trump com a Europa, Canadá, México, China, Japão e possivelmente com a Índia.
Nas suas mensagens no Twitter de terça-feira de manhã, Trump escreveu que “a Harley deve saber que não poderá vender de volta para os EUA sem pagar um enorme imposto!”
Não ficou no entanto claro o que ele quis dizer exatamente. Ameaçou com esse imposto desde a campanha de 2016, mas o Congresso bloqueou os seus esforços para criar o tal imposto.
Vários países estão avançando com tarifas de retaliação contra os Estados Unidos, como as que os líderes europeus impuseram à Harley-Davidson, para tentar exercer pressão política sobre Trump para que este venha a recuar.
Trump também já sugeriu que a sua abordagem antagônica à política comercial só agora havia começado. Trump afirmou que seguirá com essas tarifas, a menos que os líderes europeus concordem em remover as tarifas que eles têm sobre as importações de automóveis e motos dos EUA, mas até agora os líderes da Europa mostraram sinais de responder às tarifas de Trump com suas próprias tarifas.
A guerra comercial está declarada a uma escala quase global e os danos colaterais são de dimensão, neste momento, incalculável.
FONTE: MOTOSPORT